domingo, 1 de junho de 2014

Um olhar puro




Em seu famoso Sermão da Montanha, Jesus afirmou que a candeia do corpo são os olhos. 

Também disse que, se os olhos forem bons, todo o corpo terá luz. 

Mas se eles forem maus, todo o corpo será trevoso. 

A candeia era um utensílio utilizado para iluminação. 

Devia ser colocada em local alto e de destaque, a fim de que sua luz se espraiasse ao longe. 

Consoante antigos ditados populares, os olhos são a janela ou o espelho da alma. 

Esses adágios revelam a importante correlação existente entre os olhos e a essência da criatura. 

De ordinário, é preferencialmente por eles que o ser humano percebe a realidade que o cerca. 

A partir dessa percepção, ordena seu sentir e seu proceder. 

O que ele focaliza, o que elege como importante para prestar atenção, dá o tom de seu viver. 

Como disse Jesus, se os olhos são bons, todo o corpo é luminoso. 

O mundo é rico de distrações. 

Sem uma orientação firme, é possível perder-se nelas e tornar-se alguém fútil. 

Novelas e séries de TV, Internet e revistas são apenas alguns dos passatempos à disposição. 

Não possuem nada de intrinsecamente errado, mas não constituem o objetivo da existência. 

Justamente por isso, não podem consumir tempo em excesso. 

O Espírito não toma um corpo de carne para se distrair, mas para se aperfeiçoar. 

O tempo mais bem aproveitado é o despendido no burilamento intelectual e moral. 

Em conversas instrutivas, no aconchego da família, com os amigos do coração. 

Ou no aprendizado de uma língua, na meditação sobre um texto de moral ou filosofia. 

Também possui grande valor a dedicação a uma causa, a atenção dada a pessoas carentes ou enfermas. 

Entretanto, não é apenas com o excesso de distrações que se deve ter cautela. 

Pior do que gastar tempo com banalidades é fixar a atenção em coisas deletérias. 

Vive-se na Terra uma época de grande permissividade e vigora o discurso de que quase tudo é normal. 

Assim, pode não parecer chocante gostar de pornografia, manter conversas picantes ou ficar acordado por conta de noitadas. 

Mas é preciso cuidado com aquilo em que se fixa detidamente o olhar, para não comprometer a própria dignidade. 

O gosto pela podridão, ainda que socialmente aceito, conspurca a essência do ser. 

Para não ter um corpo trevoso, conforme o dizer evangélico, importa ter bons olhos. 

Ou seja, focar a atenção no que de belo e puro há no mundo. 

Tomar gosto por conversações e leituras sadias. 

Gastar o próprio tempo em atividades construtivas e dedicar-se a obras sociais. 

O resultado dessa opção pelo bem será uma formosa luz que revestirá todo o ser. 

Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita

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