sábado, 21 de maio de 2011

PRESENÇA DIVINA


      Um homem, ignorante ainda das Leis de Deus, caminhava ao longo de enorme pomar, conduzindo um pequeno de seis anos. Eram Antoninho e seu tio, em passeio na vizinhança da casa em que residiam.       Contemplavam, com água na boca, as laranjas maduras, e respiravam, a bom respirar, o ar leve e puro da manhã.

      
A certa altura da estrada, o velho depôs uma sacola sobre a grama verde e macia e começou a enchê-la com os frutos que descansavam em grandes caixas abertas, ao mesmo tempo que lançava olhares medrosos, em todas as direções.

      
Preocupado com o que via, Antoninho dirigiu-se ao companheiro e indagou:
- Que fazes, titio?

     
Colocando o indicador da mão direita nos lábios entreabertos, o velho respondeu:
- Psiu!... psiu!

      
Em seguida, acrescentou em voz baixa:
-  Aproveitemos agora, enquanto ninguém nos vê, e apanhemos algumas laranjas, às escondidas.

   
O menino, contudo, muito admirado, apontou com um dos pequenos dedos para o céu e exclamou:
- Mas, o senhor não sabe que Deus nos está vendo?

   
Muito espantado, o velho empalideceu e voltou a recolocar os frutos na caixa, de onde os havia retirado, murmurando:
- Obrigado, meu Deus, por haveres despertado a minha consciência, pelos lábios de uma criança.

    
E, desde esse momento, o tio de Antoninho passou a ser realmente outro homem.


2447
Maktub

Muitas vezes, as lições vem de quem menos se espera. As crianças tem muito a ensinar a nós os adultos. 

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